domingo, 23 de agosto de 2009

Profundidade - Tridimensionalidade na fotografia

Conseguir fotografar objetos, dando a estes a sensação de tridmensionalidade e uma boa sensação de profundidade é um desafio para os fotografos. A escolha da iluminação feita pelos fotografos deve revelar pista visuais que são reconhecidas como sensação de profundidade pelo cerebro. Sem o conhecimento destas pistas visuais, é difícil para a a maioria dos fotografos conseguir uma boa representação de profundidade nas suas fotos.
As pistas visuais abaixo representam profundidade de uma maneira mais eficaz do que a outra. Na primeira figura, por exemplo, podemos dizer que é um cubo, mas muitos podem afirmar com certa razão de que se trata de um hexagono com um "Y" desenhado no centro.


A figura acima falha em fornecer para os nossos olhos as pistas visuais essenciais que o cérebro necessita para processar as informações visuais que chegam aos nervos opticos, e decidir, se o que se está apresentando é uma cena tridimensional.
A unica maneira de convencer o cerebro, é fornecer estas pistas visuais adicionais. Na figura a seguir, estas pistas adiconais são apresentadas para um maior convencimento de nosso cerebro, levando-o a identificar esta cena como tridimensional.


Pistas de Profundidade

Por que a segunda imagem parece mais tridimensional do que a primeira? Dando uma breve olhada nas figuras, nós chegamos a duas respostas imediatas. A primeira é distorção de perspectiva. Alguns lados do cubo parecem ser maiores do que outros, ainda que saibamos que os lados possuem exatamente o mesmo tamanho. Os canto do cubo parecem se juntar em angulos diferentes, ainda que saibamos que os mesmos possuem a medida exata de 90º.
Por traz da distorção da perspectiva, existe uma segunda pista que o nosso cérebro usa para perceber profundidade, que é a variação tonal. Cada face do cubo possue a mesma cor que as demais, mas umas parecem mais claras e outra mais escura.
Perceba que estas pistas visuais são tão poderosas que apesar da não existência real de profundidade, o nosso cérebro as identifica e percebe de imediato a mensagem de tridimensionalidade.
Fotografos captam objetos reais com suas cameras, com profundidade real, mas a profundidade é perdidade na foto impressa. A fotografia no papel ou no monitor é bidimensional, tal como os desenhos apresentados acima. Assim, fotografos que desejem manter o senso de profundidade, precisam usar a mesma técnica que os ilustradores usam. O trabalho dos fotografos é mais facilitado em comparação aos ilustradores, pois a natureza os oferece a iluminação correta e perspectiva, mas nem sempre.
Ambas as pistas, distorção de perspetiva e variação tonal, infuenciam a escolha da iluminação. O ponto de visão do fotografo em relação ao assunto, influencia a distorção de perspectiva e consequentemente a familia de angulos que causam reflexão direta. Alterando o ponto de visão para controlar a familia de angulos também altera a distorção de perspectiva, assim como alterando o ponto de visão para alterar a distorção de perspectiva, também altera a familia de angulos.

Aumentando a Distorção de Perspectiva

Dentro de um determinado limite, é possível aumentar ou diminuir a distorção de perspectiva da fotografia. Isso significa que nós podemos controlar o senso de profundidade apresentado ao visualizador da imagem. A proximidade entre a câmera e o assunto a ser fotografado aumenta a distorção de perspectiva. Quanto mais perto a câmera estiver, maior a distorção de perspectiva será. Ao contrário, quanto mais distante a câmera estiver do assunto, menor será a distorção de perspectiva.
Esse artifício é também utilizado na cinematografia, ajudando a economizar um bom dinheiro nos efeitos especiais, apenas trabalhando com miniaturas. Uma grande parte do trabalho que deveria ser realizado com computação gráfica pode ser feito com a adição de objetos miniaturas às cenas.



Como Regra geral se pode considerar a seguinte premissa para aplicação de miniaturas em perspectiva. Se a miniatura está em uma escala de 1:20, por exemplo, se a miniatura for colocado a 1pé (30cm) da câmera, irá proporcionar a ilusão óptica de um objeto de 20 pés (6 metros).



Na composição final da cena, é importante considerar a distância dos objetos reais até a câmera e a proporção de tamanho entre estes e a miniatura.


Outra aplicação bastante interessante para essa técnica é a reprodução de ambientes que remetem ao passado, muito apreciado por estudiosos amadores de história, como os aficionados da primeira e segunda guerra mundiais. O trabalho do fotógrafo Michael Paul Smith é um excelente exemplo. Ele utiliza miniaturas que ele mesmo confecciona e consegue lindas fotos de épocas recentes.


A coleção de fotos de Smith está disponível em seu Flickr, onde ele também mostra como criou as cenas.


Fotos da cena do helicoptero foram retiradas do livro: The DV rebel's Guide

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